Andarilho...

Ando sobre este mundo...

Meus pés pisam o imundo...

Sem rotas ou caminho,

Sigo... Sigo sozinho...

Passo ruas abandonadas,

Vejo almas não amadas...

Olho nos olhos e sinto frio...

Olho o horizonte... Vazio...

Meus pés sangram trilhas,

Choro... Mães vendem filhas...

E eu não tenho ao menos uma...

Uma pra me acompanhar! Nenhuma...

Minhas mãos me acompanham,

A ninguém cumprimentam, acanham...

Nas ruas, avenidas, a solidão...

No espírito, no olhar, ilusão...

Ando, caminho, a sede toma-me...

O orgulho alheio explora-me...

Viajo sem ninguém, ninguém existe!

Meu corpo, a mente não desiste...

Num caminho, sombras, escombros...

Noutro, gemidos, pesam-me os ombros...

Ando sem cessar sobre este mundo...

Descubro onde estou... No profundo...

Sandro La Luna
Enviado por Sandro La Luna em 01/07/2009
Reeditado em 24/10/2021
Código do texto: T1676097
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