Andarilho...
Ando sobre este mundo...
Meus pés pisam o imundo...
Sem rotas ou caminho,
Sigo... Sigo sozinho...
Passo ruas abandonadas,
Vejo almas não amadas...
Olho nos olhos e sinto frio...
Olho o horizonte... Vazio...
Meus pés sangram trilhas,
Choro... Mães vendem filhas...
E eu não tenho ao menos uma...
Uma pra me acompanhar! Nenhuma...
Minhas mãos me acompanham,
A ninguém cumprimentam, acanham...
Nas ruas, avenidas, a solidão...
No espírito, no olhar, ilusão...
Ando, caminho, a sede toma-me...
O orgulho alheio explora-me...
Viajo sem ninguém, ninguém existe!
Meu corpo, a mente não desiste...
Num caminho, sombras, escombros...
Noutro, gemidos, pesam-me os ombros...
Ando sem cessar sobre este mundo...
Descubro onde estou... No profundo...