julgamento

julgamento no tribunal da consciência

a primeira instância

o primeiro instante

não conhece reconhece recurso

não tem segunda instância

ou segundo instante

o tribunal superior é post-mortem

e o juiz é Deus em seu altíssimo púlpito

entre nuvens e pedras

entre reticências e a duras penas

do destino capital

a selar a sorte e sabor das vidas e

das almas

Deus redistribui o ônus da prova

das provações

dos segundos engolidos pela

goela do tempo

Deus redistribui vidas e sobrevidas

discretos segredos

dispostos na palma da mão

nas borras de café

na face que tudo espelha

mas nem tudo vê

na precisão infinita do espírito.

quem julgará a flor de cactus?

o espinho, a cruz e o fardo

quem julgará a vitória- régia?

além da margem do rio e acima do céu

quem julgará os deus a brincar de dados

no gamão dos nossos corações

o silêncio,

a sabedoria

e a verdade que é mulher difícil,

misteriosa e fascinante.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/06/2009
Código do texto: T1675901
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