Mãos
Mãos que hoje me acusam,
com justiça do que não fiz...
Mãos que hoje apontam,
a pena que mereci.
Mãos que no passado apontaram
o futuro miserável,
de um presente sufocado,
do ontem lamentável.
Mãos trêmulas, sofridas
calejadas, doloridas,
que pela vida incentivadas,
hoje, humilham-se em feridas.
Mãos que enxugam lamentos,
de lágrimas em fraguementos...
de alegrias e sofrimentos,
que hoje estão no esquecimento.
Mãos hoje cansadas,
acenam o passado e presente
de uma vida calejada,
a morrer suavemente.
(Paulo Silvoski)