SILÊNCIO

O outono passou,
O inverno chegou,
E eu na janela,
Com o rosto na mão.

O vento soprou...
A nuvem elevou,
Flores amarelas,
Forraram o chão.

A tristeza me abraçou,
O sonho acabou...?
No horário nobre, a novela,
Oferece uma doce ilusão.

O tempo marcou,
Cabelo esbranquiçou,
Já não sou mais aquela,
Que desafiava a escuridão.

Minha alma não encontrou,
Noutra alma a mansidão,
Um gigantesco silêncio tomou,
Conta do meu coração.

Ouço um som estranho, vem da amplidão,
Parece que um anjo me chamou,
Para habitar além da solidão,
Mas, eu já nem sei quem sou.