TRISTEZA DA ROSA

Percebi ao longe minha rosa murchar

E suas pétalas a escapar pouco a pouco

Lentamente a levar-me o perfume

Inerte, não previr que desaparecesse

Que a tristeza tolhia-lhe o costume do vicio...

Sumiu, enfim, minha eterna rosa adorada!

Deixou apenas lamentos pra que lavasse a saudade...

Saudade do inconfundível aroma, das gotas de orvalho

Do toque suave, do frescor na manhã a vibrar cores vivas

Que, rusticamente, transformou-se em tormento

Não vejo mais o jardim. Só lacunas ficaram por lá

O contraste é visível! Falta-lhe o brilho, a cor, a vida...

Tudo que era bonito, divino e sagrado, foi-se com a rosa

Ficou apenas aflição, tristeza e tédio na incerteza de tudo...

O que é o jardim, a haste da rosa, o ”eu” que há mim!...