Inferno

Se as penas pesadas emudecem as asas e me impedem o vôo

As sacudo no solo espanando a dor

Então a poeira que salta de mim me devolve ao que sou

Todo eu sem falta: El “Com Dor”

Que bate sem dedos os braços alados sobre a cordilheira

Enxergando a llama que aos Índios destrona.

E enterra o sol assustando aos pingüins... Derretendo as geleiras...

Icebergs de fogo em pleno Amazonas

Do outro lado do muro que ataca os ventos e impede o deserto

No pau-incendido

Corre o fio mais grosso do conserto do pano esgarçado e cerzido

Para o mar aberto

Para o mesmo salgar que chegou pra ficar e deixar à descoberta

A Biochacina

Que só por ganância a selva capina a fogo, que em pena diária e futuros incertos

Ela geme fumaça na hora da desumanidade...

Que gente, Que nada! Que gente é quem ladra é quem come capim

Quem canta nos matos, quem voa nos rios, quem se sente flores do mesmo jardim.

Quem olha pra tudo e só toca naquilo que a vida precisa e colhe pra sobreviver

Mas que Sapiens de tudo? Se não sabe de nada e aniquila e empobrece para enriquecer...

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 20/06/2009
Reeditado em 27/04/2015
Código do texto: T1657920
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