Tomaínas
De que importa a mim que a primavera
Surja trazendo rosas e melissas
Já que o urubu pousado nas carniças
Resume toda a sorte que me espera.
Vejo e conheço que a pesada terra
É a sócia desse verme dissoluto
Que roerá meus ossos num minuto
Na pútrida matéria que me encerra
E então, toda esta corja bacteriana
Que hoje me referve nas entranhas
Não mais refreará as torpes sanhas
De esfacelar-me a podre carne humana.