Tomaínas

De que importa a mim que a primavera

Surja trazendo rosas e melissas

Já que o urubu pousado nas carniças

Resume toda a sorte que me espera.

Vejo e conheço que a pesada terra

É a sócia desse verme dissoluto

Que roerá meus ossos num minuto

Na pútrida matéria que me encerra

E então, toda esta corja bacteriana

Que hoje me referve nas entranhas

Não mais refreará as torpes sanhas

De esfacelar-me a podre carne humana.

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 30/05/2006
Código do texto: T165725
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