Premonição
Ainda indo eu penso na chegada
De um tempo que não tenho e não conheço
E vago a esmo pela minha estrada
Lembrando-me de tudo que me esqueço
Assolem meu dormir meus pesadelos:
E os medos que carrego na existência
Do grilhão que me fere os tornozelos
E veste a estranha vida de demência.
Não turve a tempestade o meu sentido
Nem uive o vento sobre o negro prado
Sem que o lamento que eu tiver vertido
Tornasse em poesia este vão brado
Quem sabe, a solidão que eu tive um dia
Se acabe na cadeia que se rompe
Deixando para trás o que eu queria
Enquanto o coração viaje ao longe