Premonição

Ainda indo eu penso na chegada

De um tempo que não tenho e não conheço

E vago a esmo pela minha estrada

Lembrando-me de tudo que me esqueço

Assolem meu dormir meus pesadelos:

E os medos que carrego na existência

Do grilhão que me fere os tornozelos

E veste a estranha vida de demência.

Não turve a tempestade o meu sentido

Nem uive o vento sobre o negro prado

Sem que o lamento que eu tiver vertido

Tornasse em poesia este vão brado

Quem sabe, a solidão que eu tive um dia

Se acabe na cadeia que se rompe

Deixando para trás o que eu queria

Enquanto o coração viaje ao longe

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 29/05/2006
Código do texto: T165617
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