Até que enfim...
Se eu fosse contar os minutos
Que passei só em termos absolutos
E cada um valesse por uma lágrima,
Hoje eu estaria sob as águas de um oceano...
Não, não é engano nem exagero de lástima,
É que vejo esse meu destino
Acompanhar-me desde menino...
São tantos momentos sem uma voz,
Tardes e noites com o vazio como companhia,
Sempre o silêncio, eu e ele a sós
Nos suportando até a agonia...
Entre as grades de minha existência
Habita esse nada instalado no ar,
De olhos fechados em estado de consciência
Sinto haver uma força feroz à me calar...
Meu ser segue segundo a segundo
Mergulhado nesse sentimento em que me afundo.
Aguardo o fim dessa fria sentença,
A paciência a fé que me dá a crença
Que haverá um dia alguém ao meu lado
Que secará as águas do meu passado...
Tomara que chegue logo o dia em que direi:
- Até que enfim! Eu te encontrei...