DEU TUDO ERRADO
Senti um golpe no coração,
Era a senhora de negro
Anunciando minha partida.
Olhei para a morte com desdenho,
Não tencionava quedar suplicando.
Encolhi-me sobre a cadeira
E novamente fui atingido,
Percebi a respiração ofegar.
Minha sombra projetada na parede,
Revelava um esqueleto se contorcendo.
Meu descaso com a penosa vida
Evidenciava todo meu desmoronamento.
Há muito havia rompido com o mundo.
Assenti a mudez no flagelo final.
Enfim, inerte, pressenti a inerente calma.
O vento havia roubado minha alma.
Vi o brilho do amor desvanecer
Numa magnitude estonteante,
Pensando em você, viajei no tempo.
A procura do lastimável abraço final.
Dancei com enamoradas estrelas,
Ofertei beijos nos lábios da lua.
Busquei a luz de tua imagem,
E na evaporação de tua alma,
Uma mancha negra pairava sobre nada.
Quedei no desconforto da perda
E passei a ser poeira vagando sem rumo,
Meu universo estava desbotado.
A penumbra me fazia companhia.
Parecia que toda a solidão do mundo,
Havia se debruçado sobre mim.
Nada mais restava para ser lembrado.
Mente alucinada, coração desenganado;
Sem futuro, presente ou passado.
E foi assim que deu tudo errado.
paulo.izael@ig.com.br