DEU TUDO ERRADO

Senti um golpe no coração,

Era a senhora de negro

Anunciando minha partida.

Olhei para a morte com desdenho,

Não tencionava quedar suplicando.

Encolhi-me sobre a cadeira

E novamente fui atingido,

Percebi a respiração ofegar.

Minha sombra projetada na parede,

Revelava um esqueleto se contorcendo.

Meu descaso com a penosa vida

Evidenciava todo meu desmoronamento.

Há muito havia rompido com o mundo.

Assenti a mudez no flagelo final.

Enfim, inerte, pressenti a inerente calma.

O vento havia roubado minha alma.

Vi o brilho do amor desvanecer

Numa magnitude estonteante,

Pensando em você, viajei no tempo.

A procura do lastimável abraço final.

Dancei com enamoradas estrelas,

Ofertei beijos nos lábios da lua.

Busquei a luz de tua imagem,

E na evaporação de tua alma,

Uma mancha negra pairava sobre nada.

Quedei no desconforto da perda

E passei a ser poeira vagando sem rumo,

Meu universo estava desbotado.

A penumbra me fazia companhia.

Parecia que toda a solidão do mundo,

Havia se debruçado sobre mim.

Nada mais restava para ser lembrado.

Mente alucinada, coração desenganado;

Sem futuro, presente ou passado.

E foi assim que deu tudo errado.

paulo.izael@ig.com.br

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 15/06/2009
Reeditado em 15/06/2009
Código do texto: T1650830