MEUS CLAMORES
Eu sou como a coruja a beira dos telhados.
Levo o meu pio pobre por toda a madrugada.
Meus olhos tristes chorosos e molhados,
Olha a noite que se despede já cansada.
Escondo-me durante o dia da própria claridade,
Não quero mostrar meu rosto feio a ninguém,
Sou uma solitária, deprimida, cheia de saudade,
Que não consegue olhar para o céu dizendo amém.
Trago na alma a marca do amor perdido
Que a vida me roubou em plena tarde
Deixando em mim esse coração sofrido,
deixando em mim essa alma pobre, sem alarde.