Nevoeiro sombrio

vou forjar a eternidade

sobre esses ossos cansados

minhas veias terão todos os relógios

a pele será tecido de furacões

e nos olhos o infinito que o coração perdeu

anjos enlouquecidos pela solidão

povoam meus sonhos

tenho pena deles

como a dor no corpo ausente

doloridos pela espera

arrancado das trevas estão os braços

de remadores do lago

exaustos por rodear a superfície

dos medos e das nuvens

vou habitar ali pelo do trovão

próximo das despedidas

e da falta de fé

vou habitar aqui trovejante

contra a maré

na direção que se correm

ao contrario.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 12/06/2009
Código do texto: T1644564
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