AS LETRAS DO MEU AMOR

Batem-me as ondas suavemente

ao meu derredor enquanto,

debruçado sob o sol, escrevo

na areia molhada da orla

o quanto te amo

A massariquinha quase saltita

debicando pequeninos crustáceos

e me olhando como temendo

minha presença ali. Eu a vi

sem ver, tua imagem é sempre

Súbito uma onda mais ousada

alcança a frase, apagando-a

e espalhando grãos de areia

como se soubesse em que

se transformou nossas vidas

Do mesmo modo como não pude

juntar os fragmentos do

nosso amor, também foi

impossível unir as letras

que falavam o ardor do

meu sentimento

A vida, sem resquício de dó,

destruiu nossa paixão,

a água salgada do mar

apagou os últimos rastros

de nosso idílio.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 10/06/2009
Reeditado em 10/06/2009
Código do texto: T1641770
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