VIDA MORTA
O dia amanheceu feio, nada tinha cor...
Caminhei no quintal entre as plantas
Procurando não sei o quê...
Fui prá lá, vim prá cá, e avistei várias formigas
Correndo, umas atrás das outras...
Enfileiradas!
Sentei-me em um banco de pedra no jardim
E comecei a observá-las...
Então percebi como aquela comunidade era unida
E aí, dei pela falta de gente...isso mesmo!
Falta de gente ao meu redor
Tanto, que até desejei ser uma delas!
Naquele momento, senti inveja da vida delas...
Inveja do trabalho para conseguirem seu sustento
Da divisão de tarefas que faziam durante aquele percurso
Daquela disposição cheia de vigor e energia!
Entristecida e desolada, comecei a observar as flores
E avistei uma delas quase sem vida, murcha...
Num sobressalto, reconheci em sua fragilidade pálida
O retrato vivo da minha própria alma
E foi então que, cabisbaixa, fechei os meus olhos
E chorei amargurada, diante da minha vida, morta!