AS DORES DAS PERDAS
Austeros, refletem o brilho mero
dos meus olhos de lince aflito
os dias prolixos das dores das perdas.
Maculam com pincéis de sangue amargo
os blocos de gelo nos quais se transfiguram
meus olhos aquosos de lince aflito.
Concedem pernas a minh’alma em prantos
que se arrastam pesadas e necrosadas
pelo infinito em chamas da agonia.
Amaros, derramam vagalhões ácidos
sobre meus olhos de lince cego
os dias criminosos das dores das perdas.