POBRE RAÇA HUMANA
Sharik Letak
O mal e a impiedade humana são uma dura e cruel realidade. Mais cruel, porém, é fechar os olhos e ignorar tal realidade. Furtar-se a colocar os dedos nesta chaga purulenta é a mais cruel das covardias. É preciso clamar aos Céus “Venha a nós o Teu reino” para que o SENHOR recrie um mundo onde eventos como o retratado no poema baixo jamais possam ocorrer.
“Então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isto lhe pesou o coração”(Gênesis 6:6).
Em um cicio, o vento
Faz coro ao fraco lamento
Da pobre menina de rua;
Corta o grito a noite fria
Mas no céu a bela lua
Finge que não escuta.
Com sua roupa rasgada,
Encolhida na calçada
Chora seu choro baixinho.
Do outro lado, um vizinho
Como uma fera astuta
Arma sua arapuca.
Como irrequieta fera,
Há muito está na espera
Com os olhos faiscando...
Com uns passos miudinhos
Desliza devagarzinho
E vai seu bote armando.
Tira do bolso, então,
Um miserável tostão
E acena pra menina.
E a lua lá em cima
Se esconde, pra ajudar,
E vem a sombra a calhar.
Esconde a fera e a presa
O mato faz-se uma mesa,
A neblina é sobremesa
E está pronto o jantar.
Dança a vil indecência,
E lá se foi a inocência,
Sai a luz e entra o breu.
Sai o bruto assobiando
Fica a menina, chorando,
Com a inocência que perdeu.
O impio foi mais astuto,
Vence outra vez o bruto,
Reza o justo o réquiem.
Veste-se um anjo de luto
E o Diabo, astuto,
Grita, bem alto: Amém!