Meu coração está bavo.
Quando vem a noite
Com seu negro manto
Traz junto um açoite
E o dissabor do pranto.
E vem escoltada
Por uma dupla terrivel
A solidão malvada
E o desprezo temivel.
Eu me sinto pequeno
E muito ameaçado
Iso pra mim é veneno
Não quero ser desprezado.
Mas essa vida não é
Aquilo que a gente quer
Vale bem pouco a fé
Diante de um coraçao de mulher.
Uma alma feminina
Com o seu capricho judia
E as vezes determina
A tristeza da minha poesia.
Meu coração não consegue
Na integra tudo explicar
E silencioso persegue
O ideal de não chorar.
Estou me sentindo fraco
Tambem precisando sorrir
Eu quero juntar os meus cacos
E pra bem distante partir.
Está dolorida e arranhada
A minha pobre auto estima
A minha poesia acanhada
E tão sem brilho a minha rima.
Do silencio eu sou escravo
Pois nada adianta dizer
O meu coração está bravo
E querendo parar de escrever.