Meu coração está bavo.

Quando vem a noite

Com seu negro manto

Traz junto um açoite

E o dissabor do pranto.

E vem escoltada

Por uma dupla terrivel

A solidão malvada

E o desprezo temivel.

Eu me sinto pequeno

E muito ameaçado

Iso pra mim é veneno

Não quero ser desprezado.

Mas essa vida não é

Aquilo que a gente quer

Vale bem pouco a fé

Diante de um coraçao de mulher.

Uma alma feminina

Com o seu capricho judia

E as vezes determina

A tristeza da minha poesia.

Meu coração não consegue

Na integra tudo explicar

E silencioso persegue

O ideal de não chorar.

Estou me sentindo fraco

Tambem precisando sorrir

Eu quero juntar os meus cacos

E pra bem distante partir.

Está dolorida e arranhada

A minha pobre auto estima

A minha poesia acanhada

E tão sem brilho a minha rima.

Do silencio eu sou escravo

Pois nada adianta dizer

O meu coração está bravo

E querendo parar de escrever.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 04/06/2009
Código do texto: T1631096
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