ADEUS DERRADEIRO
Reduzida ao corpo
Sem ação e inerte
Gelado da morte
Entregue à sua sorte
Que tuas mãos carregam
Tão macias e cautelosas
Como se pisasse em ovos
Num jeito afetado e zeloso
Como nunca antes foram
Agora extrapola na guarida
Para amparar-me a vida
Segurar-me na despedida
Parto em absoluto silêncio
Sepulcro até os momentos
Não te condeno em nada
Nem santo, nem obsceno
Nem ouviras palavras de dor
Nem murmúrio ou suspiro
Seguro minha respiração
Até o coração está calado
Como se você não existisse
Sequer um ai eu te disse
Nada de queixa ou tolice
Nem outra fala de amor
Que não te direi jamais
Vejo-a numa lápide caiada
Na pedra o sopro gravado
Corrente inútil de vento frio.
Dueto: Roberta Teperino e Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado in “Amores Etéreos” p.75