ADEUS DERRADEIRO

Reduzida ao corpo

Sem ação e inerte

Gelado da morte

Entregue à sua sorte

Que tuas mãos carregam

Tão macias e cautelosas

Como se pisasse em ovos

Num jeito afetado e zeloso

Como nunca antes foram

Agora extrapola na guarida

Para amparar-me a vida

Segurar-me na despedida

Parto em absoluto silêncio

Sepulcro até os momentos

Não te condeno em nada

Nem santo, nem obsceno

Nem ouviras palavras de dor

Nem murmúrio ou suspiro

Seguro minha respiração

Até o coração está calado

Como se você não existisse

Sequer um ai eu te disse

Nada de queixa ou tolice

Nem outra fala de amor

Que não te direi jamais

Vejo-a numa lápide caiada

Na pedra o sopro gravado

Corrente inútil de vento frio.

Dueto: Roberta Teperino e Hildebrando Menezes

Nota: Inspirado in “Amores Etéreos” p.75

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 01/06/2009
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