Timidez
Sei que pagaria um preço
Por maior que fosse
Pra ler tua emoção
Pra interpretar tua visão
Quando de lá, do teu poder, de esguelha
Passeias teu mundão verde sobre mim
Mas talvez olha e nem me vê...
Não navega meu território
Não demora em meus porões
Não sabe nada do meu coração
Que anda meio abatido
Resguardando-se, apreensivo
Mas o que eu queria mesmo
Era me refugiar em ti e sustentar teu olhar
Queria a tua voz mansa, sonora e doce
A vasculhar cada pedaço meu
Sem pressa, passear por teus infinitos
Deslizar meus sonhos por cada espaço teu
E ali merecer , captar sem medo
A fugidia emoção que teima
Em me deixar na mão...
Mas não saio daqui deste lugar...
Como querer realizar o que tanto me convém ?
Se não me deito, livremente, em tuas plumas
E, não sei até quando ... permanece sem fim
A parte que falta aqui dentro de mim
Sem arriscar...sem ousar e ir além...
Com carinho,
Célia Matos