Perdido de Si

Busca-se, imagina um espelho,
mas desconhece a sua imagem refletida,
Estranha-se, assusta-se
por não conseguir se identificar,
sente-se perdido.
Um delírio de intensa lucidez
ou embriagado por inúmeras ilusões.
Tempestade no deserto de areia
da ampulheta do tempo.
Horas perdidas,
as sombras da tarde se cobrem
com a penumbra da noite,
A escuridão invade o cômodo,
mas corpo e alma
queimam em chamas,
O fogo ardente do corpo,
o fogo etéreo do espírito,
um incêndio do ser.
Após a agitação do final da tarde,
o início de noite tem preguiça felina.
Tudo parece ganhar certa lentidão
e nisso existe uma aura de sensualidade.
Dissipa-se a tempestade,
as areias escorrem lentamente,
o tempo boceja.
Um oásis no peito,
ao invés de água,
a fogueira do coração
pulsa a renovar o oxigênio
das correntezas sangüíneas,
força da juventude.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 29/05/2009
Código do texto: T1621644
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