TEMPLO SOMBRIO
Mesmo tentando esconder atrás de uma prece,
nessa igreja não devia nunca ter entrado,
por que sabia, que jamais desaparece,
essas dolorosas miragens do meu passado.
Entre os bancos vazios, ainda vejo a multidão,
continua lotado todas as partes do salão,
tristes cenas, que minha alma nunca esquece...

Por todos os lados, só vejo os embaraços,
tudo retorna a mente, desde a escadaria,
as imagens vão ocupando todos os espaços,
mas deixa livre, os degraus que ela subia.
Hoje não preciso isolar me em nenhum canto,
por que agora ninguém pode ver meu pranto,
embora não te verei, distribuindo abraços...

A recordação zomba de mim e me insulta,
agora vejo o salão tão ermo e tão frio,
se tem a presença de uma poesia, está oculta,
foi embora as imagens, olho tudo tão vazio.
Nesse altar, que agora ajoelhado estou,
e o mesmo, que um dia ela se casou,
por isso vejo esse templo, tão sombrio...

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 29/05/2009
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