A Morte
Pude voltar ao lar que tanto amei...
Acontece que, de repente, despertei
Para as falsas verdades que criei.
Não... não sou dotado de poderes,
Minha canção não agrada ao mundo
E minha poesia é o lado sensível
Que meu chão já dispensou...
Tudo é friamente calado
E por incrível que pareça,
Percebi que sou indizivelmente
Sozinho... Quando cheguei
Não vi ninguém e quem pude ver
Estava mentindo Estava usando
Estava Estava Estava...
Poxa... a vida é um estar ou não estar
Tão assombroso...
E quando cheguei ao lar... que dor...
Que morte... que choro...
Sou sozinho... sempre fui!
E tu? Bem, tu és o que me foi dado
(Um dar de não sei até quando)
Percebi então que te amei desde que nasci
E que te espero desde minha vida e desde
Minha morte... que morte...
Que vontade...
Mas enfim, se há algo que hoje em dia me da prazer
É o vazio do nada absoluto...
Um nada sem mentiras
Um nada sem perdão
Um nada sem postura
Um nada sem paixão
Um nada com um único sentimento
Que respeita o fato de, não ser mais nada:
Quando o amor viver no nada...
Quando o amor morreu do nada...
*E quando de fato, num bar do extremo sul de qualquer lugar, uma moça com uma ignorância maior que a miséria do Brasil perguntar para um poeta se o amor morreu – isso é o nada.
Algo me perturba e até encanta
A última musa inspiradora,
A morte...