A Dor Humana 

Por toda minha impotência
e a gratidão que não consegui ter.
E por almejar além do possível,
por querer o que não estava escrito.
Por crer-me lúcido, mas enganado
por minhas próprias ilusões.
O que é um homem?
O que alimenta cada destino
que se esvai de vida?
E tanto supus que,
distante do cotidiano,
me perdi em mistérios.
Não sei até onde sou vítima,
não sei até onde sou algoz.
Sei que em algum sentido
preciso de perdão,
e preciso perdoar.
Mas o amor é insuficiente
para perder o fundamento do ódio.
E odiar é em parte existir.
Não um ódio universal,
mas específico.
Nada de objetivo, mas subjetivo,
mergulhado nos segredos
que desconheço.
Divago num grande vazio,
na tentativa sagrada
de livrar-me de mim.
Queria a paz,
mas só tenho ansiedade.
Queria o milagre,
mas sou perseguido.
Duvido de mim.
Duvido de minha lucidez.
Oculto dores e ressentimentos.
E não conseguindo me esclarecer,
ando em círculos cada vez maiores.
Como são fáceis as dúvidas,
Mas são difíceis as certezas.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 26/05/2009
Reeditado em 29/06/2009
Código do texto: T1615537
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