NOTURNO
Ah se o meu poema,
Fosse faca amolada,
Que na noite calada,
Cortasse sem perdão,
A desigualdade,
A maldade
A corrupção.
Ah se o meu poema,
Voasse... por aí afora,
Despertasse atenção,
E provocasse,
No descompasso das horas,
Ousados, sonoros atos,
De indignação.
Ah se o meu poema,
Fosse um cacto,
Resistente às adversidades,
À aridez do capitalismo,
E estendesse,
Nas entrelinhas do horizonte,
Uma ponte sobre o abismo.
Ah se o meu poema,
Não fosse assim - covarde,
Esboço quase apagado,
De um triste retrato,
Talvez, eu não tivesse agora,
Na penumbra do meu quarto,
Entre o concreto e o abstrato,
Transpirando temor,
Com o olhar sem cor,
E um (uni)verso tão limitado.
Ah se o meu poema,
Fosse faca amolada,
Que na noite calada,
Cortasse sem perdão,
A desigualdade,
A maldade
A corrupção.
Ah se o meu poema,
Voasse... por aí afora,
Despertasse atenção,
E provocasse,
No descompasso das horas,
Ousados, sonoros atos,
De indignação.
Ah se o meu poema,
Fosse um cacto,
Resistente às adversidades,
À aridez do capitalismo,
E estendesse,
Nas entrelinhas do horizonte,
Uma ponte sobre o abismo.
Ah se o meu poema,
Não fosse assim - covarde,
Esboço quase apagado,
De um triste retrato,
Talvez, eu não tivesse agora,
Na penumbra do meu quarto,
Entre o concreto e o abstrato,
Transpirando temor,
Com o olhar sem cor,
E um (uni)verso tão limitado.