INFÂNCIA ROUBADA - VIOLÊNCIA SEXUAL
Medíocre e violento gesto insano
Constrangimento que causa insulto.
Criança desprotegida coberta com pano
Ele passou rápido, apenas um vulto.
E pensar que as crianças são hostis.
Muitas foram deixadas de lado:
Como cobras selvagens muito viris,
Tão pobres que não têm um simples retrato.
Crime consumado!
Adulto pobre de espírito.
De coração sujo e sangrando!
Criança ao relento
Que nunca provou do vento!
Quem tomou sua infância?
Levou consigo aquilo de mais precioso.
Não fez acaso nem deu importância
Tirou-lhe o que tinhas de mais ostentoso.
Ah se eu pudesse com minhas mãos
Refazer o tempo e reconstruir o passado.
Mas não posso minhas mãos são obras vãs
Não posso refazer o que já fora criado.
Sujeito mesquinho de face desqualificada
Não tem coração, apenas uma fonte de horror.
Que pena que não pude fazer nada, que mancada.
Causara-lhe rancor, medo e muita dor.
Que o Criador
Faça o que for correto.
Eu te perdôo, mesmo
Sabendo que nunca terás um teto.
Que sentimento é esse que te fez assim?
Garota ao relento, alma dotada de pressa.
Tão fechada assim.
Espero que um dia seja emersa
Como vitória-régia.
Do som que rege este poema,
Intuito de quem por uns instantes
Resolve fazê-lo acaso a este dilema.
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