Perdido em Culpas 

Movimenta-se na penumbra
de algum beco abandonado,
guarda-se a sete chaves
no ar gélido dos velhos porões.
Vitima-se numa hemorragia
de suas energias vitais,
sente-se esvair-se,
perdendo de si,
mas não conseguindo reagir.
Sem forças próprias,
destituído de auto-estímulos,
busca recurso em outrem,
procura encontrar fora de si.
Vendo-se derrotado,
pede por clemência, 
clama por piedade.
Auto-estima abalada,
o orgulho ferido
pelo punhal da vida.
Imagina-se
como um verme nojento
e rastejante.
Nojento por rejeitar-se,
rastejante por humilhar-se.
Desejaria se indefinir,
tornar-se impessoal
Para, por fim,
perder a própria individualidade,
livrando-se finalmente de si..
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 22/05/2009
Reeditado em 10/07/2009
Código do texto: T1609288
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