Corte Profundo

Desta vez o corte foi profundo,

E, fatalmente acertou a jugular;

Nosso amor agoniza pelo ultimo segundo

E não há nada que o possa salvar.

Morreu precoce, nasceu prematuro;

De mãos atadas, vemos, com estupefação

O sentimento lindo e sem futuro

Morto pelo orgulho de um coração.

Qual bela ave que recém sai do ninho

E acaba caindo por não saber voar;

Também, ansiosos, erramos o caminho

E o anjo do perdão não veio nos visitar.

Eu queria ter fechado meus olhos

Para não testemunhar tal cena;

Mas vi, pesaroso, sentimentos amargos

Arvorando-se como o juiz que condena.

Como uma brisa, pouco durou

Foi extinto, tal qual espécie rara;

O amor acabou e o coração chorou

O egoísmo insensato infelizmente o matara.

Tenho ainda parca esperança

Que o dom de amar renasça um dia;

E com a fé pueril de uma criança

Creio que me consolarás na noite fria.

FernandoNogueira
Enviado por FernandoNogueira em 21/05/2009
Reeditado em 21/05/2009
Código do texto: T1606711
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