CRIANÇAS DE RUA
Vi uma criança ossificada e sorridente
Quando de repente seu sorriso emudeceu
Aquele olhar feliz depressa ficou triste
Sua alegria radiante envergonhada se escondeu
Tinha o corpo coberto por vestes sujas de cheiro fétido
Na face, lágrimas oriundas do desprezo
No semblante a tristeza fixa do destino incerto
Na voz embargada toda expressão do medo
Filhos banidos tornam-se crianças das ruas
Vagueando sem rumo nas praças da frustrações
Cansados adormecem sob o clarão da lua
E acordam famintas diante do egoísmo de nossos corações
Pequeninos seres ingênuos, carentes de amor e afeto
Ainda em formação os fetos já sofrem as primeiras rejeições
Exclusos de nós sobrevivem dos restos
Sobras infectas dos irmãos que rejeitam irmãos