CRIANÇAS DE RUA

Vi uma criança ossificada e sorridente

Quando de repente seu sorriso emudeceu

Aquele olhar feliz depressa ficou triste

Sua alegria radiante envergonhada se escondeu

Tinha o corpo coberto por vestes sujas de cheiro fétido

Na face, lágrimas oriundas do desprezo

No semblante a tristeza fixa do destino incerto

Na voz embargada toda expressão do medo

Filhos banidos tornam-se crianças das ruas

Vagueando sem rumo nas praças da frustrações

Cansados adormecem sob o clarão da lua

E acordam famintas diante do egoísmo de nossos corações

Pequeninos seres ingênuos, carentes de amor e afeto

Ainda em formação os fetos já sofrem as primeiras rejeições

Exclusos de nós sobrevivem dos restos

Sobras infectas dos irmãos que rejeitam irmãos

Jose Augusto Cavalcante
Enviado por Jose Augusto Cavalcante em 18/05/2009
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