MANCHAS DA VIDA

Não me faria isso nenhum animal
mas me fez, o desalmado policial,
foi me prendendo como um ladrão.
Com seu olhar tão irado e feroz
se recusou a ouvir a minha voz,
foi atirando me na escuridão.

Foi como uma casa desarrumada
onde não se encontra mais nada,
a vida e coberta por um aterro.
Onde estavam flores de jasmim
transformaram em matas de capim,
quando fui acusado de um erro.

A gente começa a viver por baixo
todos nos fazem de capacho,
não temos onde buscar o abrigo.
Ninguém nos dá mais oportunidade
também desaparece toda a amizade,
não nos resta mais nenhum amigo.

Não conseguimos mais trabalho
somos uma carta fora do baralho
nossa casa se torna deserta e vazia.
Vizinhos que nos olham de lado
como a fugir de um condenado,
não nos respondem um bom dia.

Mesmo pela justiça inocentado
nosso destino ficará marcado,
o esquecimento tem uma demora.
Precisa de paciência e espera
pois não virá nessa primavera
o perdão, que a alma implora.

Tudo que tem começo tem um fim
a vida não será sempre assim,
um dia, todos vão esquecer.
Teremos uma chance na sociedade
não seremos mais mancha na cidade,
pois temos todo o direito de viver.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 08/05/2009
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