Versos Amargos

Lágrimas amargas,

Ásperas, rasgam o papel.

A caneta escreve, em descargas

O que a mente pensa ao léu...

A dor que sinto eu,

Rasgando o peito meu.

E as pragas, ao vento lançadas,

Desabafam mente e alma, desesperadas.

O relâmpago que parte o céu

É o mesmo que o ilumina.

E os lábios que emanam mel

Também escarram, minha menina.

O papel que engole obrigado,

As palavras do poeta desiludido,

É o mesmo que, ao fogo, é lançado

Para aquecer o corpo estremecido.

O frio que a carne nos congela,

É o mesmo que nos aproxima.

O bom pode ser mau (a fera, bela).

A contradição, às vezes, anima.

William G. Sampaio [8/5/08]

William G Gardel
Enviado por William G Gardel em 02/05/2009
Código do texto: T1572187
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