A mão que te estendo
Sorva o sangue da incauta presa
Como lobos cobardes ao bom cordeiro.
Prova do gosto de vencer a empresa
E venera a conquista de mísero outeiro.
Deixa a guerra ainda inacabada,
Paga o ônus de fugir por simples medo.
E quem foge em tão vilã das disparadas
Tem de prêmio a vergonha e o degredo.
Sinto o pejo corroer-te a alma
Como fogo que da dor faz sua taça.
Seja fogo o desprezo e tire a calma
De teu siso oculto na razão escassa.
Marca a ferro o erro cometido
Pra não mais seres injusta nesta vida.
Sofre e aprende: era melhor ter escolhido
A guerra que exigisse menor lida.
Chora, que esbanjo meu sorriso.
Sabia que teu erro tinha um preço.
Pra ti, o sofrimento foi preciso.
Agora retomo o flerte do começo.
Nova chance para seres feliz.
Aceita a mão que te estendo.