Queda...

Eu cair de muito alto

A lua não viu... Não pode me emprestar sua luz

E o texto é só escuridão

Sem os reflexos pálidos e tênues...

A mensagem sublimar segue sem forma

Sem norma, sem direção... Palavras desconexas

A ausência do amor anuncia

O falecimento da emoção

Hoje em meu peito impera a paixão

Sem a languidez no olhar

Sem a busca das bocas e o encontro do céu de estrelas

Sem rosto a focar...

De feições tão claras e caras...

Sem o hálito despertando o paladar.

O murmurar das ondas

Já não me vêem em melódicas notas

Só arfa de desejo atormentado

De um carinho distante e acalentado

Entregue ao descaso

Em processo de desintegração

Uma lápide na areia esbraveja em letras garrafais

“Aqui a emoção jaz...”

A tristeza do Édem me expulsa

Exilada da felicidade me encontro

Por vezes sinto como se não fosse sólida

Oca... Excessivamente louca

Por ter amado demais

Sinto como se nunca tivesse escrito nada,

Vivido nada... Andando sem estrada

Trilhado caminhos desfeitos pelos ventos

Sem pausa para respirar

Inalando o ar até engasgar

Ouço a voz da morte

E a certeza que vêem

É de que ela não é só uma reunião de dor em família

A morte é fim da solidão

É a troca da dor pelo descanso da queda

Mais cai sozinha e a lua não viu...

Observadora
Enviado por Observadora em 28/04/2009
Reeditado em 28/04/2009
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