Queda...
Eu cair de muito alto
A lua não viu... Não pode me emprestar sua luz
E o texto é só escuridão
Sem os reflexos pálidos e tênues...
A mensagem sublimar segue sem forma
Sem norma, sem direção... Palavras desconexas
A ausência do amor anuncia
O falecimento da emoção
Hoje em meu peito impera a paixão
Sem a languidez no olhar
Sem a busca das bocas e o encontro do céu de estrelas
Sem rosto a focar...
De feições tão claras e caras...
Sem o hálito despertando o paladar.
O murmurar das ondas
Já não me vêem em melódicas notas
Só arfa de desejo atormentado
De um carinho distante e acalentado
Entregue ao descaso
Em processo de desintegração
Uma lápide na areia esbraveja em letras garrafais
“Aqui a emoção jaz...”
A tristeza do Édem me expulsa
Exilada da felicidade me encontro
Por vezes sinto como se não fosse sólida
Oca... Excessivamente louca
Por ter amado demais
Sinto como se nunca tivesse escrito nada,
Vivido nada... Andando sem estrada
Trilhado caminhos desfeitos pelos ventos
Sem pausa para respirar
Inalando o ar até engasgar
Ouço a voz da morte
E a certeza que vêem
É de que ela não é só uma reunião de dor em família
A morte é fim da solidão
É a troca da dor pelo descanso da queda
Mais cai sozinha e a lua não viu...