A vida, que vida?

“Queria acreditar mais na vida,

Tentar entender porque ela é

Tão amiga de uns e

Tão cruel para outros.

Não a vejo como justa, pois

Se assim fosse, não haveria

Tanto sofrimento, tanta desigualdade.

Não a vejo como honesta,

Pois, quando ao vir ao mundo,

A primeira coisa que o homem recebe

É um sorriso lindo de uma mulher

Que o embala, o acaricia,

Dizendo: “não se preocupe filho,

Mamãe está aqui”.

Depois, que ele cresce, se acostuma

Com ela e se sente protegido por ela,

A vida a leva para sempre.

Também não a vejo simples,

Porque não posso considerar simples

Uma coisa que é composta por

Um conjunto de regras, difíceis

De entender, de explicar e de

Seguir.

Enfim, como posso acreditar em algo

Que não é justo, honesto nem simples?

Como posso acreditar na vida?””