NO MEU PALÁCIO DE GELO

Canção À Dor

NO MEU PALÁCIO DE GELO

(refrão)

Tudo vejo

Tudo estou a observar

Aqui ninguém me toca

Pois é o gelo que me está a conservar

Faço coisas que ninguém nota

Escrevo livros que ninguém lê

Sou feliz à minha maneira

E ninguém me pergunta

Porquê?

Vejo os mundos do amanhã

Em que ninguém quer acreditar

Eu sorrio humildemente

Porque sei que eles se vão concretizar

Ponho no papel

Pela milésima vez

A dor de um amor que nasceu morto

Mas que me fez sonhar

E por isso ainda hoje estou à sua mercê

Dirijo-me às minhas estrelas

Meu Deus, meus mortos

Que estão vivos na alma

Juntos são o meu norte

Danço e riu

Sem parar

Pela noite fora

É à noite que eu melhor crio

Pois Ela é eterna

Ela nunca se vai embora

Sou Eterno

Sou Imortal

Invisível ao resto de tudo

Sou aço que não derrete

Vidro que não quebra

Sou o dono supremo dos meus domínios

Inconquistáveis, porque ocultos

Sou o Tal

Poema protegido pelos Direitos do Autor