O palhaço
Mesmo sem motivo o homem
Se exibia na máscara infeliz
Marcada pelo mistério maquiado
Seus constantes risos ensaiados
E ainda sem vontade gargalhava
O eco no espaço
O espelho o condenava...
Não podia fingir para seu pior
Inimigo
Ali, era frágil como um menino
Mais uma noite teria que
Calar seu choro triste, cansado e
Maldito.
Logo seus poucos cabelos sumiam
Nos dedos manchados de tinta
Se torturava; E sem piedade
Engolia as lágrimas coloridas
Marcas doloridas da idade...
O espelho sempre soube:
Ter medo de palhaço é
Bem mais doloroso quando se é um
Ao acaso.