O palhaço

Mesmo sem motivo o homem

Se exibia na máscara infeliz

Marcada pelo mistério maquiado

Seus constantes risos ensaiados

E ainda sem vontade gargalhava

O eco no espaço

O espelho o condenava...

Não podia fingir para seu pior

Inimigo

Ali, era frágil como um menino

Mais uma noite teria que

Calar seu choro triste, cansado e

Maldito.

Logo seus poucos cabelos sumiam

Nos dedos manchados de tinta

Se torturava; E sem piedade

Engolia as lágrimas coloridas

Marcas doloridas da idade...

O espelho sempre soube:

Ter medo de palhaço é

Bem mais doloroso quando se é um

Ao acaso.

Kaliane Araújo dos Santos
Enviado por Kaliane Araújo dos Santos em 19/04/2009
Código do texto: T1547601