Sem poesia
Dia sem poesia, mente vazia do calor que me valia,
aos raios solares questiono,distantes,nada me falam,
arguo avidamente à nuvem que foge,em breve se avia,
alma mudamente adormecida, nem suspiros inflamam !
Mas se quem ama suspira, nao amo por nao suspirar,
talvez o suficiente ao homem amado cheio de amor
e continu’a divagar na amorosidade carente de calor
e nenhuma poesia se cria, tao pouco começo a sonhar!
Penso muito nas faces coradas que beijos marcaram
e nas ruas molhadas que’inda cruzam a minha cama,
em vao, rimaz vêm, mas sentires poeticos se foram;
tanto quis chorar os dramas comins ao ser que ama,
nao apenas lacrimejar sobre as palavras insinuantes
que a todos so amor instiga, seduz, ergue esperança,
anciava pel’entrega total dos amantes em sua dança,
enceguecidos, vendo lua e nuvem co’a alma que antes,
nada sentia mas bem entendia que a liberdade fugaz
é viajante egocêntrica exagerada nas voltas que faz,
afastando as algemas de olhos e bocas que acalentam
a alma carente de amor que portos seguros procuram!
Grenoble-Fr-12/05/2006