Desabafar Poético - XXXIII - Poesia
Não quero fartar mais o desabafar,
Anseio antes o silêncio... O Nada
De todos os olhos atentos
E ouvidos que esperam maremotos.
Pinto a madrugada em sangue
Espalhando as cinzas do amanhecer
Enquanto teus olhos de horizonte
Brindam a vida em poesia...
Poesia, querida amante inebriada
Que vem sempre sentar-te no seio
Quando os fogos de Nero ousam abater!
Aonde estás tu dama devassa?
Beijaste minha boca na penumbra
E depois, esvaeceu minha solidão...
Folha verde de natureza morta,
Isto não é real! Apenas sombra
De um espelho evocado Arte.
Tinta, pigmento, pintura...
Lágrima de cor escura
Que cai da langue saudosa, coração!
Aonde estão tuas mãos, Poesia?
Grande senhora revolta em maestria
Significado da sintaxe de todo meu ser.