Por que eu tenho que ficar nessa casa de vidro?
Onde me escapa apenas o pensamento?
Eu canto um canto de dor
Canto que faz girar os ventos
E ecoar solidão
Daqui tudo é tão triste, vazio
Como o meu coração
Que não canta...
Eu ouço o barulho lá fora
E as vezes sinto o cheiro da terra
Eu vejo, por vezes, o bailar dos sonhos coloridos como as borboletas no céu.
Mas aqui meus sonhos bailam sozinhos
Perdidos , sem alinho
Sim, desalinhados pela solidão , essas dores infinitas que acorrentam machucam a alma...
E a alma já não sangra mais,
Nem escorrem dos olhos lágrimas...
Porque secaram juntos com a esperança
Às vezes o vidro embaça com o soluçar dos prantos
E impedidos os olhos desviam o olhar para dentro
Mas, dentro está desfocado,
sentimentos enfraquecidos, sem forças de lutar...
Ah! Se eu tivesse as força para quebrar esse vidro
E ouvir o canto lá fora
Quero o vento a soprar minhas horas
Quero o tempo a mostrar-me a direção rumo ao fim,
porque já não vejo a luz
O vidro negro, impede
E aqui da casa de vidro
Resta esperar os anos de lamentos e desolação
Por que a tristeza é parte de minha alma
E a angústia é constante em meu ser
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"Na clausura de minha casa de vidro duvido que haja uma saída, o vento tenta cantar aos meus ouvidos... uma cantiga que me traga de volta à vida..."