VIDA PASSADA
Diante de mim, observo essa anteface
No espelho, um reflexo de ânsia
Diante do meu olhar pasmo
Antecede o outro lado de mim
Uma mulher de outra dimensão
Assim fui, em outra encarnação
Alegre, intrépida, valente!
Olho para essa mulher, hoje
E peço-lhe respostas para esse meu tempo de agora
Quando não mais sorrio, nem audaciosa sou
Completamente tomada pela melancolia
E quanto a alegria, questiono:
Ah, minha tão doce alegria...
Essa mudou de endereço, faz tempos!
Cedeu seu lugar à tristeza, que tanto insistiu
Até que nele conseguiu vir ficar
E sem tempo prá partir...
Aprofundo o meu olhar em meu próprio olhar
Enxergo-me mais além, e observo que já não sou feliz...
Estou pouco sensual!
Então, penso:
Como voltar a ser, àquela que fui um dia?
E a resposta, a única que tenho
É o reflexo de uma mulher fragilizada, com certeza
Intocavelmente bela, sem dúvidas, mas...
Sombria!