A COR DA MINHA DERME
A cor da minha derme
Sonia Barbosa baptista
Que me importa a cor da minha derme
Se até hoje sou amarrada ao tronco.
Mas não pense que levo chicotadas
Ou sou obrigada a fazer serviços pesados
Não, não é isso que acontece.
É uma vontade por dentro aprisionada
Querendo soltar as amarras
Debatendo-se, ao ponto de querer gritar
Mas onde está a voz que emudece?
E aí, sinto-me amarrada e sedenta
E então, sinto as dores das chagas abertas
E sofro as dores do corpo em chamas
E então, é como se meu corpo sangrasse
Amarrada ao tronco e com as costas ao sol
Nesse momento, olho para mim
Lábios salgados e rachados, sofrendo sede
Os olhos , com as pálpebras baixadas,
De repente, arregalados vendo a triste figura
E sem grito, sem dor, sem nada....penso!
Que me importa a cor da minha derme!
11/04/2009