DIMENSÃO INATINGÍVEL
(maio/1987)
Solidão, solidão, solidão...
Mas por que?
Longe do amor desejado
Nada espero, nada há...
Espaço vazio, imensidão vazia, deserta.
Irremediável solidão,
irremediável desejo.
A tristeza do solitário caminho poeirento.
Tanto pó, tanta angústia a respirar
no ar rarefeito da tristeza.
Escuridão, trevas infinitas, macabras
sem a luz no fim do túnel do tempo perdido;
Sem o tempo, perdido no espaço
Só resta o consolo de poder gritar.
E o grito percorre o éter, eterno,
mas não encontra eco.
O eco é você.
Mas você não está no éter
não está nem no tempo nem no espaço.
Estás apenas na dimensão inatíngiível
da minha suprema solidão.
E o meu grito percorre o espaço, o tempo,
o século interminável da minha tristeza...