À DERIVA

Não é por não sentir-me que vou escrever,

É por sentir que apenas sinto a vida escorrer.

Os sonhos tropeçam em icebergs tão depressa!

Em mar morto não há porto seguro,

Nem há estrada na profundeza do absurdo.

Como posso me aquecer em águas glaciais,

Ou alçar vôos em meio a temporais!?

Oh, torrentes funesta!

Por que adentram à fresta da esperança?

Por que afogas o que resta em mim!!!

Os céus trovejam suas bonanças,

Desmonoram as nuvens sobre o cais.

À deriva da vida, a mercê de sorte...

Meu barco sem saída,

Nem vem e nem vai...

Ivone Alves SOL

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão

de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!

Mario Quintana