Adeus Não dito.
Eu lutei, juro que lutei.
Eu me ergui várias e várias vezes e com todas as minhas forças... Eu tentei.
Aceitei o flagelo e a angûstia, pois acredito que do mesmo modo como merecemos ouro também merecemos ter o sangue derramado.
Ouro nunca tive, mas sangue... Sangue tive derramado demais.
E ainda assim lutei.
No escuro.
Sozinho.
Sem nenhum caminho a seguir, sem nenhuma mão ou voz para me guiar.
Ainda assim... Eu tentei.
Com tudo de mim, sem nada de mim, na dor e no grito.
O grito silencioso que vive dentro de mim.
Hoje sei que não haverá vitória nesse meu árduo caminho.
Que as lágrimas que nascem em minha face não serão vistas por ninguém.
Como eu... É como se elas não existissem.
Não há glória ou paz após a dor, só existe mais sofrimento e sangue à ser derramado.
Só existe a solidão como recompensa, a podridão e meus malditos ossos que virarão pó... Como tudo mais em mim e de mim.
É estranho...
A única coisa que penso é que nunca pude dizer adeus ao meu filho.
Ela nunca disse que era meu.
Preferiu mentir.
Eu não pude dizer adeus e não consigo esquecer isso.
Mesmo tão perto do meu fim eu só penso nisso.
Mesmo sabendo que o que me aguarda é mais dor em caminho mais arduo do que já tanto caminhei.
Isso é minha vida.
E isso será a minha morte.
Um adeus não dito em um caminho maldito cheio de escuridão e loucura.
É.
É estranho pensar nisso.
Mas pelo menos ainda é um resto de pensamento humano.