ÁRIA PARA O VÁCUO

E este claro mar pênsil que diariamente se descortina

E esta frondosa floresta de utopias

Que se converte em Saara, Chernobyl, a Caatinga da Rima...

E esta água refracionda

Que não logra nem cala

O perigo de extinção da vida...

E estas infinitas rajadas de bala

Que irrompem do cano da pistola

Carcomendo irremediavelmente a sina meio madura ou crisálida

De quem morre assassinado, de quem mata...

E esta couraça que não se refrata

E este rio de lágrimas que não quara

E esta felicidade em coma

Que é o mais querido rebento da morte anunciada:

O Sarcófago da Alma de quem sonha...!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 07/04/2009
Reeditado em 03/06/2010
Código do texto: T1526749
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