Volátil

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Me transformei em uma montanha rude,

destas que se erguem para o infinito

com uma imponência soberana...mas

ocultado que estou oca, sem sentimentos

erigida como se fosse uma fonte volátil

de paixão e anseios

Estou perdida na destreza das palavras

que formam ecos nos vales que me rodeiam,

cada vez que sussurro, vazam

minhas perdas em forma de lavas ardentes

que vão escorrendo, consumindo tudo

que exista ao meu redor

Foi muito bom, enquanto durou

as mutações que vinham me aquietando,

torrentes e violentas, cheias de paixão...

mas não vieram para ficar,

quando acordei, foram-se tornando efêmeras,

esmoreceram, abrindo um imenso abismo

Entre o prazer e eu, havia uma nascente

que me alimentava, sempre drenando

as minhas energias tempestuosas,

que seguiam como afluentes,

para todas as direções, por onde

se escondiam meus mais ardentes desejos

De repente, houve uma mudança,

e todas vieram seguidas de murmúrios,

que foram transformando,

metamorfoseando desde as entranhas

ao meu ego ferido, até que inteira...

fui me desintegrando...

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 03/04/2009
Código do texto: T1521607
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