À CAMINHO DA PAZ
Adeus menina triste,
vou embora... pra longe,
longe da vida, da incúria do existir,
longe de você, dos seus olhos, do seu abraço.
Você seguiu aquele caminho sem ecos,
estou cansado de ver em meus traços,
a marca da vindita, do opróbrio.
Vou transformar-me em um germe, num micróbio,
enfim serei algo, serei eu.
Adeus menina triste...
guarde consigo meu poema, meu verso,
não os deixe perdidos no universo.
Cultive no peito
meu vulto,
que viveu oculto,
etéreo e contrafeito.
Guarde em seus lábios,
não os ressáibos
do meu beijo,
e sim a pureza contida em minha boca.
Guarde minha alma de poeta,
que fez de você, a musa dileta.
Guarde mesmo, o que não sou,
o que não existe.
Vou embora... levo-a no pensamento.
Adeus... menina triste.