Tradição traída
Não sou cúmplice de mim mesmo,
das minhas mãos, dos meus desejos...
Das feridas abertas, do perigo, dos medos...
Não compactuo com meus olhos,
as imagens tremidas, aquele reflexo no espelho.
Meus caminhos falidos,
minha dor,
meus despejos...
Não defendo minhas guerras,
meus dentes serrados,
meus gritos de desespero,
Já não me escondo de inimigos,
não engulo gemidos trancado no banheiro.
Não sou cúmplice de mim mesmo,
do sangue sujo na ponta dos dedos...