Um céu de tristeza


Now, eu não sei o que fazer,
Com este infinito nos meus olhos,
Plantado nas minhas órbitas,
Vivido pelas minhas luzes.

Como arde nos pensamentos,
A demasiada impaciência,
Antes de chegar o outro dia,
Eu não sei viver no vazio.

Ó meu Deus! Deus meu Deus!
Riachos de prantos deslizam,
Em vários instantes de abril,
Mácula instantânea – feriu!

Não posso viver um presente,
No pretérito que porfia,
Reduzindo o meu pensar,
Ineficaz da matriz do cérebro.

Um dia quem sabe, eu terei alegria,
Em poder olhar e apreciar as tuas páginas,
Da louca perdição que se fez no tempo,
Eram as primícias dos meus escritos.

Aonde eu vá, não descuido de pensar,
Nas letras perdidas que eu não sei escrever,
Nem o tempo soube ensinar-me,
A desfazer o sonho que não vence as eras.

Um dia, numa era distante
O meu livro perdido se abrirá ao meio,
E os anjos do céu farão a devida entrega,
Do ouro derramado num céu de tristeza.

Inoperância do meu falar,
Impugnado nas razões intempestivas,
Sucedâneo das minhas alegrias apertadas,
Nestes versos irei contemplar.




 
ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 06/05/2006
Reeditado em 07/10/2013
Código do texto: T151360
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