Onde Estão Meus Versos?

De asas caídas...

Em meus versos não decolei.

Arremeti, nenhuma rima quis pousar.

Da lira sons desafinados tirei,

aqueles que meus versos não quis escutar.

Nas entrelinhas, cruzam mensagens

subliminares que vão em outra direção,

mas são lidas em letras maiúsculas

que versam toda a intendidade

de um sentimento chamado solidão.

As páginas mal escritas foram arrancadas,

lançadas ao fogo, fragmentadas .

As cinzas pisadas mancham o chão,

são pegadas que não foram seguidas

e que o vento nem fez questão de apagar.

O silêncio de meus versos ensurdece a alma

ecoa nos labirintos da poética prosa muda,

dos haikais de natureza morta,

nos poemas frios causando arrepios,

nos discursos sem rumo.

Meus sonetos estão fora do padrão

e assim desclassificados pela métrica

deixando sem compasso o coração,

foram somente quimeras...

Duetos solitários versam com paredes

grafitadas com frases toscas sem nexo.

Trovas que em mim travam luta

pela existência de cirandas desencantadas.

Meus versos foram perdidos sem endereço,

desviaram-se no percurso e colocados

em gaveta do passado onde foram esquecidos.

Meu versar adoeceu e, ainda não descobri a cura

Para de meus indrisos chagados, sua dor é humor

provocado pelo texto que segue perdido.

A poesia perdeu a cor, sem perfume a essência ficou.

Enfim, sem inspiração, não posso descrever meu amor

Sem meus versos não sei o que sou.

Flor de Laranjeira
Enviado por Flor de Laranjeira em 29/03/2009
Reeditado em 19/12/2009
Código do texto: T1512524
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