Condenado a dor
Se houvesse um pedido a ser feito
Este com certeza
Pediria fórmula, um jeito
De curar as feridas do coração
Como não zombar
Dos pobres sonhadores
Aqueles que se entregam
Tais, exímios sofredores
Muitos achariam os mais nobres
Mas como ver honra em meio a dor
Encanto que não reverte
A falta do grande amor
Ou por capricho quem sabe
Dois seres apaixonados
Condenados a não terem o que almejam
Pois muitos os querem separados
E assim discorrer nos versos
De um poeta amargurado
Sentindo na pele arder
O revés do condenado
Eis a dura sentença
Sem perdão, nem custódia
Não viver com a mulher amada
O que tanto sonhou
Melhor seria fugir
Deixar o caminho livre para outrem
Em meio a tudo admitir
Que a lenda acabou